sábado, 20 de outubro de 2012

Salvem o futebol brasileiro!


Quando eu tinha lá os meus 10 ou 11 anos de idade, me conformava com a verdade incontestável de que eu era ruim de bola. Sim, muito ruim de bola. 

Mas, nunca, sem imaginação. Se eu não era capaz de pegar a bola e fazer o gol, ou mesmo dar a assistência brilhante, nem sequer espalmá-la para fora do gol com agilidade e precisão, eu podia pensar a bola, pensar os times e criar versões novas de sua organização, quem sabe talvez sua tática.

E não posso deixar de pensar na decadência sistêmica do futebol brasileiro. Repito: decadência sistêmica. Não temos problemas táticos, nem dificuldade técnica. Nossos técnicos e jogadores são medianamente bons, salvo muitas ressalvas, alguns continuam sendo os melhores do mundo, como Neymar. Entretanto, não temos planejamento, nem em longo prazo nem em médio para o futebol.
Vejamos:


  • ·         Basta abrirmos os olhos para ver que o provável campeão deste brasileirão não tem estádio (nem planos para ter um!), sua torcida não comparece às partidas e define, mesmo com grandes jogadores, a maior parte de seus jogos em bola parada.

  • ·         O maior craque do futebol nacional está instalado num elenco frágil, instável, cujo aproveitamento sem ele é de times a serem rebaixados.
  • ·         O atual campeão da Libertadores se dá o luxo de ter folga, enquanto rola o principal torneio do futebol no país, cujo principal jogador é um volante e onde os centroavantes simplesmente não vingam.

  • ·         O campeão do maior mata-a-mata do país está prestes a ser rebaixado, com elenco ainda mais frágil e uma diretoria bagunçada.

  • ·         O mais popular clube do país está envolto a uma desorganização tamanha e não tem nenhuma perspectiva de melhora para a próxima temporada.

  • ·         O clube que mais ganhou com transferências e revelações no ano está há tempos sob o comando de um dirigente autoritário e truculento.

  • ·         A Seleção Brasileira não pode escolher seus rivais e está em formação já faz dois anos, e mesmo com o mesmo técnico ainda não definiu seu padrão de jogo, ignorando uma escola secular.


  • ·         A TV aberta escolhe quase sempre os jogos menos interessantes e de pior qualidade em cada rodada para transmitir.

  • ·         E rodada após rodada do brasileirão, fala-se mais do apito do que dos gols.

Será que não tem solução?

Um comentário:

  1. Prezado Victor Fernandes:

    Seu post está espetacular !

    Traduz muito do que pensam os que raciocinam sobre futebol.

    Parabéns !

    Mauro Amaral
    http://pensandosobrefutebol.blogspot.com.br/

    PS: Conheci seu blog através de um comentário seu no meu blog, citado acima

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