O Brasil é um país grande. Acredite em mim, ele é enorme. São mais de 8 milhões de metros quadrados, para mais de 190 milhões de habitantes! É gente pra burro, não acha? Pense na Inglaterra. O Reino Unido possui menos área que o Estado de São Paulo, e apenas 15 milhões a mais em habitantes, menos que o Estado do Rio. Ou seja, nossos dois principais estados cobririam área e população de uma das maiores economias do mundo. Nós temos grandes Estados. Temos Minas, temos o Rio Grande, o Paraná, a Bahia, temos Pernambuco, etc. E temos futebol. Futebol na veia. Futebol na alma.
E temos os Campeonatos Estaduais. O fato, inegável, é que deles veio nosso futebol e que são eles que deixaram à história nossas maiores partidas e nossos maiores contos e crônicas, recheados de rivalidades, personificações e emoção à flor da pele. Não podemos afundá-los em uma piscina e desejar que morra, assim, sem mais nem menos, em nome de uma politicagem barata ou de uma europeização mesquinha. Só vamos voltar a ser o país do futebol, se nos deixarmos ser nós mesmos.
Voltarei a dizer o óbvio, os Estaduais precisam diminuir. Diminuir para serem mais competitivos. Minha sugestão é radical: oitavas, quartas e semifinal com jogos de ida-e-volta; final em jogo único em palco épico (Pacaembu, Maracanã, Mineirão). Em sete certames emocionantes. Com o melhor que há nos times do interior, selecionados em uma competição exclusiva.
O que alguns não tem citado, e isso me incomoda, é a Copa do Brasil. Na Inglaterra, além da Premier League, temos duas outras competições: a Copa da Inglaterra e a Copa da Liga Inglesa. Ambas realizadas em jogos únicos. São o momento magistral das pequenas equipes inglesas de aparecerem no noticiário, se bem que isso é aparentemente desnecessário porque estão espiritualmente ligados à região que os sediam.
A Copa do Brasil também precisa diminuir. Tem que sair da reserva da Libertadores e aparecer aos holofotes. Já dei minha proposta: 64, 32, 32, 16, 8, 4, 2. Em outras palavras, dos 80 clubes participantes, os 16 melhores no Ranking da CBF entrariam apenas na terceira fase eliminatória. Final em jogo único no Mané Garrincha, em Brasília (Capital do País).
*******
Quanto ao Calendário, sempre preferi a fidelidade à nossa cultura anual. O ano começa em Janeiro, nossas temporadas também. Três problemas ainda precisam ser respondidos: o recesso para férias, a pré-temporada e as competições em bloco (primeiro um campeonato, depois outro).
Minha sugestão é de dividirmos o recesso em dois: um entre Dezembro-Janeiro e outro em Junho-Julho. O primeiro seria reservado às férias e à pré-temporada, teriam 45 dias. O segundo seria entregue aos clubes para fazerem turnês, excursões ou para algum tipo de atividade mais leve para os jogadores não chegarem ao fim do ano estourados, e teriam 20 dias. O segundo recesso também serviria para dar o restante de férias aos jogadores que tiverem sua pré-temporada antecipada em Janeiro por conta da Pré-Libertadores, ou as férias atrasadas por conta do Mundial de Clubes.
Discordo dos campeonatos em bloco. Meu Janeiro perfeito teria pré-temporada para, já em Fevereiro, começar o Brasileirão, com toda pompa e circunstância que merece.
Sugestões e comentários sempre bem-vindos!