quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Reação palmeirense tropeça

O time do Parque Antártica ainda tem coisas melhores a esperar. A derrota de hoje era previsível, mesmo que indesejada. Por outro lado, o Libertad deve ser o time mais difícil do grupo em que o Palmeiras se encontra. Nada a temer contra Sporting, nem mesmo o Tigre que não era sequer digno da final contra o São Paulo na sul-americana.

Para voltar a estar vivo na competição, o Alviverde Imponente precisa estar ligado e apresentar a mesma garra que tem marcado a reação do clube nesse ano de 2013. O Palmeiras pode e deve chegar às oitavas, qualquer pessimismo tem de ser jogado fora.

Aquém do esperado

O Tricolor Paulista sofreu, isso ninguém pode negar. O revés sofrido no primeiro tempo lhe tirou o ímpeto e garantiu o crescimento do The Strongest que ainda nos minutos finais brigava por um resultado mais justo pelo seu empenho. O erro provável do time aurinegro foi recorrer à catimba, embora bem menos que o normal do torneio.

A vitória da equipe de Ney Franco era obrigação. Com a derrota para o Atlético-MG e jogo na altitude pela frente, ter os 3 pontos para disputar vaga era essencial. Com o possível empate, dadas as circunstâncias, o Soberano poderia ter soberbas dificuldades a frente. Pode reverter. Precisa ter resultado positivo contra o Arsenal de Sarandí na Argentina, porque, ao que tudo indica, sua briga direta é com o próprio The Strongest, já que time de Ronaldinho gaúcho tem apresentado desempenho de gala e pode até terminar em primeiro na soma de pontos.

O São Paulo ainda tem mostrado a velha insegurança na defesa que eu tenho apontado. Luís Fabiano marcou mas também não fez sua melhor partida. Osvaldo continua perigosíssimo e, com Jadson, mantém regularidade elogiável. Ganso resolveu e mostrou muito mais garra do que vinha apresentando mesmo antes de sua transferência para o Morumbi, embora esteja longe de ser merecedor da titularidade. Cañete talvez seja um nome esquecido e muito mais digno de aplausos.

Show vazio

O Corinthians, ontem (27), jogou sem público. Jogou sem se ver visto, embora fosse. Jogou em profundo espírito de luto, daqueles em que a homenagem rende mais que o choro. E que homenagem!

O esquema tático de Tite superou minhas expectativas. Sempre foi do meu desejo que Renato Augusto e Alexandre Pato fossem titulares ao lado de Danilo e Guerrero. Não só funcionou como deu ao Corinthians o que faltava: beleza. Há tempos, o time do Corinthians não jogava bonito e, a partir de ontem, jogou. Esse é o diferencial de um craque. Para isso é que servem. O esquema também é inovador. Como Pato assumiu a função de segundo atacante - jogando ora ao lado de Guerrero, ora mais recuado, mas sempre por dentro - Renato e Danilo jogaram abertos, revezando-se entre direita e esquerda. Isso prendeu os laterais e deu mais liberdade a Paulinho que vinha caindo de produção. O modelo não foi um esquema pontual e, portanto, deve ser mais usado pelo campeão alvinegro, garantindo evolução à dupla de volantes e mais chances de gol.

O detalhe óbvio do bem que a dupla de atacantes corintianos traz ao time está no resultado, um gol para cada. Alexandre em três jogos como titular marcou dois, mais um em que atuou como reserva. Guerrero segue como artilheiro do time da temporada marcando em todas as vezes em que entrou como titular, quatro, mais um como reserva. Não dava para segurar tamanha competência no banco. Apenas Romarinho tem tido tamanha eficiência, mesmo assim, não garante ao time o tom de qualidade que o reforço milionário tem dado.

Jogo fácil, com direito a elogios para o Timão pela concentração e respeito ao adversário. Milionário mesmo segue sendo o time do Parque São Jorge.

domingo, 24 de fevereiro de 2013

Timão Reage!

Kevin fora ver uma partida de futebol. Sabemos que de lá não voltou. Como sabemos que, tendo ido às escondidas, queria ver uma partida de futebol. Se por amor a San José ou por amor exclusivo à bola caprichosa que dança nos pés, nos ares e que explode em traves ou em gols, não importa. Lá estava, porque o menino atrevido e de destino triste estava ligado à bola, que não mata nem rouba nem engana, porque não é gente. Amar futebol pode ser loucura para uns diante das tragédias. Mas sei que nenhuma delas pode ser esquecida no rancor nem no revanchismo. Como o amor tudo perdoa. Que o amor ao futebol desate os nós das dores.

Quem sabe, a bola na rede disfarce a triste verdade de que, como a bola vai pra onde não sabemos, nossas vidas também partem em fim desconhecido. Foi a tal bola da rede que, neste final de semana, deu toda vazão à alegria indiscutível dos são-paulinos. Ao alívio sincero dos palmeirenses. E à angústia corintiana, sofredora, mas de certo apaixonada. No último caso, a bola que entrou nem sempre é feliz, como nem sempre é triste. Mas tem culpados.

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Bragantino já tinha feito das suas ante Palmeiras e Santos. Contra o Timão seria diferente? A defesa segura do clube invicto em jogos internacionais fez de tudo para garantir que não, mas falhou. O primeiro gol bragantino foi falha do lateral corintiano Edenílson, que não fechou o setor e permitiu cruzamento pela direita. Léo Jaime converteu sem chance para Cássio, logo no primeiro minuto do segundo tempo. Em outro momento, o vacilo foi do goleirão corintiano que até acertou a bola, só não a mandou para fora.

A sorte do clube paulista está nos reforços vindos da Europa, não dos vindos do Bragantino. Pato jogou reverencialmente bem. É um jogador acima do normal. Livre na área, com Cadu lhe dando condição legal, meteu sem dó contra Rafael Defendi, que não defendeu. O jogo se abriu, mas o Corinthians tinha dois problemas: as faltas estratégicas do Bragantino; e o excesso de individualidade, resultado inequívoco da falta de entrosamento, o qual deu milhares de passes errados para o adversário, muitos dos quais no campo de defesa corintiano.

No último minuto, Raphael Andrade, do clube de Bragança Paulista, já com cartão amarelo, pensou que sua mão sobre a bola seria despercebida e Ralf não a pegaria. Acertou quanto ao segundo, não quanto ao primeiro. O juiz marcou pênalti. Guerrero converteu muito bem em bola no ângulo. Ali, só a trave defenderia.

O treino de luxo do Poderoso Timão tem suas vantagens. Está mais que na hora de Pato ter sua chance com Guerrero. O peruano enfiado entre zagueiros e o reforço milionário em movimentação podem se complementar de tal modo que deixariam os rivais em lágrimas desatadas. Sabemos que se entrar um, outro sai. Não há outra escolha: Emerson Sheik é preferido para dar lugar a Alexandre Pato. Principalmente, porque Alexandre marcou três vezes e deu assistência a Romarinho. Guerrero marca em toda partida que entra desde o Mundial. Não dá para deixar no banco quem resolve.


quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Campeão segue Invicto! Apesar da tragédia.

Eu estava ansioso para ver. O Corinthians finalmente parecia ter alcançado seu auge mas de todo o modo ficava aquela apreensão: sorte de pobre dura pouco? Creio que não. A favela continua a sorrir com seu clube. Pena que não seja com alegria tão plena.

São 17 partidas internacionais oficiais sem perder. O Corinthians segue com campanha invicta raríssima na história de um clube brasileiro, aliás, não se sabe de semelhante situação. Com o empate em sabor de vitória de ontem, o time Tite tem 10 vitórias em tais jogos e 7 empates, com 19 em saldo de gols e invejável defesa: apenas 5 gols tomados em todos esses jogos.

O empate de ontem deve ser comemorado e a torcida corintiana sabe disso. Oruro fica no interior da Bolívia, em altitude de mais de 3.000 metros acima do nível do mar. Seu time foi o segundo classificado de seu time para a Libertadores, San José, entretanto, estava longe de ser um time de bom nível técnico. Mas os 3.000 metros de altitude eram jogadores implacáveis. Apenas por comparação, o último jogo de um clube brasileiro em semelhante condição garantiu revés inacreditável no segundo tempo: o São Paulo vencia por 3 a 0; levou 4 embora garantisse a classificação. Na Libertadores anterior, Santos havia sofrido e perdeu por 2 a 1.

É verdade que em nossos campos as derrotas dos times bolivianos são emblemáticas.  Bolívar na última edição mesmo já havia levado sacolada de 8 a 0 do Santos na Vila, e o São Paulo garantia classificação com vitória de 5 a 0 no Morumbi. De todo o modo, não deve ser diferente para o Corinthians.

Para além disso, espero ver o campeão em mais uma excelente campanha. Isso sim é o que a torcida do Corinthians e a própria Copa Libertadores merecem.

Que não se repita Oruro!

Tem sido comum a cada tragédia que se sucede a recorrência a culpados. Eles existem e isso é fato. Só não são tão culpados como preferimos julgar que sejam. Foi assim com Santa Maria, agora em Oruro, e já fora em ocasiões mais graves. Não temos em mãos quando algum desastre vai acontecer. Às vezes, nos ocorre a vaga ideia de que podem acontecer, embora finjamos passíveis do erro crentes de que simplesmente não vão acontecer.

Por tudo isso, não sou daqueles que gostam de punições. Quanto mais se pune menos se previne. Desencadeia em diversos meios a ideia medíocre de que basta condenar os culpados e crer que isso sirva de exemplo: ideia sórdida e até certo ponto burra. Sou professor e sei que culpar não resolve, condenar diminui mas não exclui recorrência. Prevenir parece ideia de comercial do SUS, mas não é. Segurança preventiva existe e passou da hora de termos sua parte na infraestrutura do futebol.

Ou, por acaso, estádio é lugar de ninguém? Não é! Tem dono. Seja o governo ou o clube, tem dono e pertence ao dono a responsabilidade de garantir a segurança dos transeuntes. Isso deveria obrigar a Conmebol, mas principalmente os países da América do Sul, de estabelecer um modelo de inspeção à frente dos estádios. Não podemos permitir que em lugar tão público e, ao mesmo tempo privado, não nos seja oferecida alguma forma de proteção.

O Corinthians entretanto deve imediatamente romper com a Gaviões, enquanto esse tipo de barbaridade rondar as ações da torcida organizada. Desde a briga entre torcedores corintianos e palmeirenses, vários outros desvios de conduta tem sido observados pela diretoria do Timão com a mesma negligência e falta de postura. Proibir o grupo de assistir jogos do clube é muito mais fácil do que parece. É possível sim termos torcidas organizadas civilizadas e devidamente institucionalizadas. Romper com a barbárie é o primeiro passo.

Provavelmente, o que ocorreu em Oruro seja um acidente. Isso não exclui a responsabilidade do torcedor, da Torcida Organizada, nem, principalmente, do mandante do jogo. Mas tirar o atual campeão do torneio por uma sequência de equívocos seria a maior injustiça a respeito. O torneio, o clube e seus torcedores honestos pagariam por algo que realmente não cometeram.

domingo, 17 de fevereiro de 2013

Carrasco é carrasco, e vice-versa!

O Poderoso Timão diante do seu maior rival o Alviverde Imponente. O maior clássico da história do futebol paulista entretanto parecia manchado pelo andar dos últimos anos, tão favoráveis ao alvinegro quão desfavoráveis ao palestrino. Sim, de um lado um time B do Brasil, sem craque, sem estrelas, em formação. Do outro, o campeão dos campeões da FIFA, com tantos craques que fica difícil citar um, em equipe de formação antiga e cheia de conquistas. Mas, clássico é clássico!

Não é tão simples assim, o Corinthians é ainda muito superior ao Palmeiras, tanto que o time de Gilson Kleina, que apostou em formação parecida com a do jogo contra Sporting Cristal pela Libertadores, dedicou-se mais taticamente em uma marcação ofensiva que na criatividade, de longe seu ponto fraco. A falta de um atacante característico, uma vez que o clube perdera Barcos, tem forçado o clube do Parque Antártica a rechear o meio campo ofensivo. Nele tínhamos Wesley, Souza, Vinícius (único atacante) e Patrick Vieira, numa espécie de 5-1-4 ou 4-2-4. Uma boa decisão de Kleina para este clássico, uma vez que era frequente se ver a linha de quatro defensiva do Timão acuado por uma linha de quatro ofensiva do Verdão, mesmo assim, não é a formação ideal já que, no jogo da Libertadores, prendeu muito o time.

Do outro lado, o bicampeão mundial começou eletrizante. É um time de estilo muito bem conhecido. Sabe fazer a transição da defesa para o ataque, usa de boas tabelas pelas laterais, belos passes longos, tem criatividade e armação. Fez tudo o que devia fazer no começo do jogo, menos ampliar a vantagem conquistada por Emerson em bola ajeitada de cabeça por Paulo André, GOL aos 17'. Na verdade, o time parou depois que em cruzamento de Wesley, Vilson correu e cabeceou de modo perfeito contra o GOL de Cássio, aos 29'. Tudo igual. Clássico equilibrado?

O torcedor palmeirense pode reclamar de tudo, menos de que seu time não tem raça. Corre, marca, avança. Faz tudo. E tem abusado nas faltas. Pouco antes do apito, já haviam sido marcadas 35 faltas do clube alviverde. E esse esforço aliado a má vontade do Corinthians tem um resultado óbvio: GOL de Vinícius em uma falha grotesca do goleiro Cássio. O lance começou com falta de Ralf sobre Patrick Vieira, sozinho na direita. Wesley cobrou e Cássio, no tempo certo, na direção certa, simplesmente deixou passar a bola que sobrou pro atacante palmeirense virar o jogo.

Aí o jogo voltou a ser interessante. Romarinho entrou e pôs fogo no clássico. Há certos carrascos que merecem o apelido. Romarinho deu velocidade e movimentação a um time parado e lento. Jorge Henrique, posto para a lateral no lugar de Alessandro foi implacável e apoiou bem o ataque. Sheik, já desencantado no seu gol também se dispôs. Então, em lançamento de Cássio para Pato, o atacante dominou de modo deslumbrante, deu para Paulinho que voltou para o reforço milionário. Alexandre tocou para Romarinho que chegava sozinho de fora da área: GOL. 

Carrasco é carrasco e vice-versa. O resultado foi bom para ambos. O Palmeiras deixa claro que pode não ser o melhor do mundo mas pode com certeza vencer do campeão do mundo. O Corinthians leva a demonstração de que sabe e pode reagir quando estiver em desvantagem.

sábado, 16 de fevereiro de 2013

Libertem a Libertadores!

A Libertadores precisa ser liberta. De muitas coisas posso dizer. Liberta, por exemplo, da cultura agressiva e preconceituosa de certas torcidas que refletem completa ignorância a respeito de si mesmas. Deveria também ser liberta da sua falta de ambição. Talvez, seja esse seu maior erro e deve ser sua maior Libertação.

A Copa Libertadores da América nem sempre foi tão desejada e por um motivo muito simples, ela não era e talvez ainda não seja desejável. Qual a razão de um clube brasileiro, por exemplo, viajar tão longe, correr os perigos que vão desde a torcida local até as estradas que deslizam por montanhas, jogar em elevadíssimas altitudes onde o ar rarefeito e a velocidade da bola são melhores jogadores do que os donos da casa, enfrentar a catimba e as arbitragens caseiras, etc. tudo por tão pouco? Sim, pouco! O Paulistinha atualmente rende mais do que a tão elogiada Libertadores! Aliás, a Federação Paulista paga melhor que a Conmebol, especialmente, se pensarmos nos gastos dessas viagens e no pouco retorno que têm nas arquibancadas (vazias em alguns países), já que a federação sul-americana "morde" boa parte da renda dos ingressos. Fora a TV. Com 20 jogos garantidos, os clubes grandes ganham fortuna consideravelmente maior  no estadual que no continental.

Tudo isso fazemos por uma razão um pouco idiota. Queremos jogar com os europeus em um torneio sério. O problema é que os europeus não levam o Mundial de Clubes da FIFA a sério. Para eles é um transtorno ter que viajar ao Japão, ou mesmo ao Oriente Médio, enquanto correm suas ligas nacionais e a própria Champions. Há também certo esnobismo por crerem que além mar e depois das montanhas Urais não há futebol a altura. O europeu não quer ver seu time ganhar nem do Corinthians nem do São Paulo, quer vê-lo enfrentar outro europeu. Mesmo que o outro europeu seja o BATE Borisov, da Bielorrússia. Então, vale à pena investir na Libertadores? Vale.

Mas, investir na Libertadores também deve significar uma cobrança de atitude da Conmebol. A Federação precisa dar o valor que tem a competição. Sem europeizá-la, diga-se. Isso passa por uma melhor escolha dos estádios, definindo melhores restrições, que deem conta do número de pagantes, do acesso, da melhor segurança e saúde aos jogadores estrangeiros. Também passa por melhores premiações aos clubes que passam de fase. Deve, além disso, ampliar suas participações, em franco acordo com a Concacaf, permitindo que outros grandes clubes da América do Norte, não só mexicanos, venham para o hemisfério sul e agreguem em qualidade ao nosso campeonato. E por que não promover um diálogo para a definição de um calendário comum em nosso continente?

Dar mais qualidade, pompa e glamour também, tem que ser a meta da Conmebol. Ela precisa se libertar de si mesma!

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Um brilho verde ressurge

A entrada daquele time vestido de verde podia remeter a outros tempos. Podia lembrar daquela final admirável em 98. Ou mesmo das duas semifinais seguidas em que despachou o rival do melhor torneio das Américas. Poderíamos lembrar de Marcos pegando pênalti. Ou mesmo ter o desejo de dar o troco àquele Boca que, pelo resultado de ontem, parece não ser mais o mesmo. Mas o Palestra também não era o mesmo. Ou era? Aquelas cabeças baixas deviam permanecer fitando o chão? Ou era a hora da catarse alviverde e de sua glória voltar a brilhar?

A princípio, Kleina parece ter errado. Vilson, zagueiro, posto como terceiro volante não convencia. Ele mesmo chegou a bater de fora da área mas essa não parecia ser sua melhor função. Faltava também aquele armador criativo, já que o Mago insistia em não estar disponível. Souza, reforço como Vilson, fez de tudo para cumprir o papel de segundo volante. Corria pela direita, pela esquerda, marcava, testava chutes, passes, enfim, de longe o mais esforçado. Não o melhor, entretanto. Henrique sim foi muito bem. Seguro, fechando o centro da grande área e muito bem nas bolas altas. Tão bem que fez o melhor que podia fazer: gol aos 39', depois da cobrança de escanteio por Wesley.

Só a partir de então o Palestra vibrou em campo. Um time ainda em formação, meio desencontrado, mas disposto a apagar as manchas de um passado recente no mínimo incômodo. Veio o intervalo, e o Palmeiras mostrava querer jogo. Levou, no entanto, um banho de água fria. Em pênalti cometido por Marcelo Oliveira, o time peruano empata. Veio então aquele frio na espinha. Outra decepção? Não.

A entrada de Caio e, depois de Ronny, fizeram daquele Palmeiras, de três volantes até então, num time ousado. E em participação do atacante que protegeu Patrick Vieira na pequena área saiu o segundo gol.

Alguns podem até dizer que o Grêmio fez bom negocio e eu tenho certeza que sim. Mas os resultados de hoje parecem dizer que não.


quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

A Libertadores e o melhor do Brasil

Mais um bom motivo para acreditarmos no futebol brasileiro praticado por seus clubes. A estreia de Atlético Mineiro e São Paulo deixou um pouco de lado as Oitavas na Champions League. Um jogaço! Na Venezuela também saímos vitoriosos com o Fluminense garantindo a vantagem na fase de grupos por 1x0.

No primeiro tempo, Atlético foi incrivelmente superior, especialmente no ponto em que há graves falhas do lado paulista: a defesa. O time de Ney Franco é perigoso de duas maneiras: com Jadson é rápido nas laterais e quase não vemos transição pelo meio campo; com Ganso é mais cerebral e central, fazendo com que a bola passe pelo meio no ritmo que lhe for mais interessante. Mas a defesa do Galo agiu de maneira impecável, anulando o São Paulo nas laterais e, assim, evitando o perigo. 

O gol do Galo seria questão de tempo, mas a forma como veio, sem dúvida, foi surpreendente. Depois de beber da água de Rogério Ceni, Ronaldinho tranquilo caminhou até a lateral esquerda do ídolo sãopaulino. Muito, mas muito a frente da linha de defesa tricolor, R10 recebeu sua bola livrinho. Eu, ainda pouco acostumado com as regras da arbitragem, disse equivocado: "Impedido!". O bandeira não marcou meu impedimento inexistente, e o craque do galo seguiu, cruzou e Jô pôs pra dentro. Atlético Mineiro: 1; São Paulo: 0. O show atleticano continuou e fez tremer o torcedor do Soberano em rebote dado por Rogério a Diego Tardelli (ex-São Paulo), mas o camisa 9 atleticano chutou para fora.

No segundo tempo, entretanto, o São Paulo ganhou fôlego, e fez o que sabe fazer melhor, pôs o time para o ataque. Com boa atuação de Osvaldo, que alternava-se entre a ponta direita e a esquerda, e Jadson sempre bem. Saiu Paulo Miranda, entrou Aloísio, e Douglas voltou à lateral. parecia mesmo que o time de Ney franco empataria e garantiria uma estreia sem derrota na fase de grupos da Libertadores. Porém, Ronaldo não esta disposto a dormir sem 3 pontos. Mais uma vez na linha de fundo, cruzou e Réver, ex-seleção, cabeceou garantido a vitória do Galo.

O São Paulo ainda buscou o empate e conseguiu diminuir com gol de Aloísio. Ganso, em atuação discretíssima, chegou a dar uma ponta de brilhantismo, após rebote de ombro dado pela defesa mineira, com um belo chute que, infelizmente, não entrou.

Assim sendo, a estreia do Atlético merece aplausos, e não poucos. Deve ir longe no mata-a-mata, contando com o fator casa, com a bola parada de R10 e a defesa segura e quase implacável liderada por Réver. Mas, só Deus sabe. O São Paulo entretanto não surpreende. Joga melhor com três atacantes, de preferência com Aloísio na ponta, conta com um dos nossos melhores centroavantes, o Fabuloso, mas peca na bola aérea. 

O Flu garantiu vitória suada com Fred, sempre ele, em finalização perfeita na pequena àrea. E o Boca, acreditem, o Boca que ganhava de 1x0 (gol de Santiago em cobrança de pênalti), deixou o Toluca virar, mesmo depois dos mexicanos perderem uma penal, cobrada muito mal.

Enfim, os clubes brasileiros dão mostra de que nosso futebol ainda é de qualidade visível. O nível apresentado no certame doméstico em Minas soa de modo extremamente agradável para quem ainda acredita que somos o país do futebol. É óbvio que hoje o páreo é duro, e que os espanhóis, mais precisamente os catalães, estão com tudo. Por outro lado, nossos clubes têm mostrado que não estão tão longe assim dos europeus. É uma pena, porém, não ver o mesmo na seleção. Como também não vemos Ronaldo jogar com a amarelinha do mesmo modo como joga com o alvinegro, Neymar idem.

Amanhã tem Palmeiras. Um abraço!