segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

2013: ANO BOM OU RUIM PARA NOSSO FUTEBOL?

Opinar graças a Deus é algo ainda livre! Mesmo não sabendo jogar bola e ter tido um ano sofrível no Cartola, ainda tenho liberdade para dizer algumas coisas! Vamos aos pontos:

Positivos:

1. Seleção Brasileira (!!!). Como foi bom ganhar da Espanha! Felipão, quem diria, soube aproveitar as últimas tendências do futebol: marcação-pressão, volante-goleador e zagueiro cabeludo! Um futebol ofensivo, técnico, tático e maravilhosamente improvisado. Toques de calcanhar, corta-luz... Ufa que maravilha!

2. Cruzeiro como campeão. Muito mais bonito de se ver do que os últimos quatro outros campeões (Fluminense, Corinthians, Flamengo e São Paulo)! Aliás, espero que esses quatro, um pior que o outro este ano (mesmo com título rubro-negro), imitem o Cruzeiro na forma de se jogar futebol. Futebol bonito é feito de passes, cruzamentos, movimentação e, por favor, dribles! Embora, ainda nos faltem mais dribles...

3. Cuca, campeão da Libertadores. Ainda um técnico que morre no sufoco mas não se fecha feito um medroso lá atrás. Não que eu não gostasse do Corinthians 2012, era atento, taticamente disciplinado, sempre pronto para a hora de fazer o gol da vitória, sem deixar o adversário respirar, que conduzia a bola em boas triangulações, etc. Mas nesse ano, o melhor do futebol foi ofensivo, pra frente. E Cuca é a razão disso. Mostrou pra todos nós que nosso futebol ainda pode ser alegre.

4. Bom Senso FC. Os atletas também estão dispostos a ir para as ruas. E demorou! Como foi bom saber que ainda tem gente com cérebro jogando bola... E mais ainda, com coragem e disposição, o que falta a 80% da população quando o assunto é política.

Negativos:

1. Torcida. A morte do boliviano por conta dos torcedores do Corinthians, o 'auê' no CT do São Paulo, a torcida do Botafogo em si e a briga entre vascaínos e atleticanos são exemplos da vergonha que as organizadas trazem ao nosso futebol. Faltaram outros. Mas como resolver essa vergonha?

2. Calendário. Talvez a grande razão de termos visto um dos piores campeonato brasileiros dos últimos anos. Corinthians, São Paulo, Fluminense e Atlético-MG são, na minha opinião, as grandes vítimas dessa loucura. Foi notável a queda de rendimento de todas as equipes (exceção de Cruzeiro e Atlético-PR) no segundo semestre. Até cego vê, que no fim do ano, os times tão só o pó!

3. CBF. Nem precisa comentar.

4. Estádios da Copa. Mortes, acidentes, atrasos, superfaturamento, licitações estranhas...

5. Mundial de Clubes. Se não aprendermos que ele não é tão importante quanto parece, vamos continuar dando vexame. A obrigação de qualquer time sul-americano é ganhar a primeira partida. Ganhando, deve-se jogar por jogar, a obrigação é do outro. Não devíamos ter a vergonha gaúcho-mineira nem o excesso de respeito paulista. Mundial é que nem festa de formatura. Tá lá porque ganhou. Não é vestibular.

domingo, 22 de setembro de 2013

Um Cruzeiro sem cruzadas?


Ataque superpoderoso e dono de recordes; defesa razoavelmente segura e de rápida transição para o ataque; muita movimentação e 15 vitórias; invicto dentro de casa. Um campeão antecipado, pode-se dizer. A vitória do Cruzeiro sobre o Botafogo, especialmente pela forma como se conquistou entrega o título antecipado ao Cruzeiro, sem desespero, sem batalhas, sem lutas. Certo?
A probabilidade do clube de Belo Horizonte levantar a taça é enorme e não é possível questionar sua competência. A questão que perdura é sobre sua facilidade. É possível crer que tão rápido e tão facilmente isso acontecerá? Improvável. O Brasil continua longe do modelo europeu, onde as equipes campeãs são pouco ou nada desafiadas e que o clássicos são o grande momento de teste, na maioria das vezes sem influência na corrida direta pela taça. Isso no Brasil ainda é utopia.
Apesar disso, as últimas equipes campeãs - de 2010 pra cá - disparam mesmo na primeira etapa e conseguem se manter longe dos rivais graças a sua "gordura". Algumas disputas com a "segunda opção" dão bons ares à competição. Foi o caso de Corinthians e Fluminense em 2010, Corinthians e Vasco em 2011 e Fluminense e Atlético-MG em 2012. A derrota do Botafogo não deve tirar o clube de Oswaldo de Oliveira dessa vaga de "segunda opção". A não ser pelo time de Renato Gaúcho que, a exemplo desse mesmo Cruzeiro, só que em 2010, tirou o segundo lugar do Timão e assim o obrigou a jogar contra o Tolima.
A cruzada do Cruzeiro, extremamente vitoriosa, pode diminuir seu ritmo. Hoje é mais uma batalha. Embora longe do seu melhor, o Corinthians ainda é um teste de Titãs. Tanto o Cruzeiro quanto o Botafogo só venceram o campeão mundial por um único gol e em suas respectivas casas. No Pacaembu, apesar da derrota para o Goiás, o Corinthians ainda é firme. Até o preto da rua do meu condomínio sabe que o problema do Corinthians não é a defesa, mas o ataque. O possível 4-2-2-2, sem centroavante, de hoje tem como objetivo segurar o Cruzeiro no seu campo de defesa, como no mata-mata da Libertadores 2012. O risco ainda é a lateral direita do Corinthians onde atua o Edenílson. Provavelmente, será o ex-volante o responsável pelas infiltrações, já que o resto do time ficará preocupado com marcação. Maldonado seria o responsável para parar o ex-corintiano Willian, assim como Romarinho.
O Cruzeiro sempre busca a vitória. Não se acomoda no campo de defesa e gosta de espaço para jogar, embora não se canse de procurar esses espaços. Não será um grande jogo. Mas será uma batalha para o futuro campeão.

sexta-feira, 31 de maio de 2013

Brasileiros não sabem jogar Libertadores!

A frase acima já foi dita diversas vezes. E parece verdade. Parece.

Precisamos entender que a Copa Libertadores nunca foi unanimidade entre nós brasileiros. Mesmo que alguns digam que esse negócio de que ela não é importante é coisa de quem não sabe ganhar, temos que reconhecer diversos aspectos negativos do torneio como: má arbitragem, violência dentro e fora de campo, viagens cansativas e desgastantes e, finalmente, baixo retorno financeiro. Se o assunto é dinheiro, pasmem, vale mais à pena jogar o Paulistão.

Faz pouco tempo que o torneio ganhou a dimensão que hoje tem. Eu diria, particularmente, que o bicampeonato do São Paulo, em 92/93, foi o a porta de entrada para a valorização do torneio sul-americano, mas também podemos dizer que a Libertadores do Flamengo e do Grêmio, em 81 e 83 respectivamente, sejam o motor de arranque desse prestígio. Se pensarmos na data que eu, pobre mortal considero, chegamos a números interessantes.

Desde que o Tricolor Paulista foi campeão, passaram-se apenas DEZOITO finais com brasileiros (num total de 21), NENHUMA semifinal sem um clube do nosso país. Tais números são irreais para a Champions League onde não há uma presença tão marcante. Só os mexicanos na Concacaf são tão presentes. Nesse mesmo período, os argentinos ficaram fora de ONZE finais, e não participaram de QUATRO semifinais.

Não me venham agora com esse discurso de que nós somos incompetentes no torneio. Ninguém como nós é tão perigoso nesse torneio. Sempre começamos entre favoritos.

quinta-feira, 30 de maio de 2013

São Paulo dispara e é líder!

Ainda falta muito para o Tricolor Paulista poder ver a taça, mas a corrida já começou e ele está à frente. Num segundo de atuação perfeita contra ninguém mais que o sempre candidatíssimo a assumir o posto de Ney Franco, Paulo Autuori, o São Paulo mostra porque é sim um dos favoritos ao título.

Com 6 pontos, o time inicia bem o campeonato, algo que é fundamental. Para efeitos de comparação, Corinthians perdeu 4 pontos desses mesmos 6 e só balançou as redes 2 vezes, todas vindas de volantes. O desempenho de Luís Fabiano merece destaque, tanto quanto sua parceria com Aloísio cuja oportunidade de jogar ao lado do Fabuloso não é a primeira. Esperamos que não seja a única.

A falha de Rogério Ceni deveria acender o sinal amarelo quanto ao M1to. Não se pode manter um goleiro que não passe suficiente segurança. Ainda sim, Paulo Miranda e Lúcio fizeram boa parceria e não deram chances a maiores sustos.

segunda-feira, 27 de maio de 2013

Brasileirão tem favoritos, sim!

Me incomoda há tempos ouvir que o nosso campeonato brasileiro começa com 10 ou 12 favoritos. Mentira! Nunca foi assim. Talvez tenha sido em anos atípicos, cheios de surpresas. Mas até para o Brasil são mais raros do que as pessoas gostam de dizer.

Como não sou jornalista, também não recebo pelo que falo, posso falar sem ter medo. No Brasil não existem 12 grandes! É incomparável o octacampeão brasileiro e tricampeão da Libertadores Santos, com o Atlético Mineiro, que tudo que ganhou de peso na sua vida foi um único Brasileirão. Então vamos parar com essa conversinha que só é politicamente correta. E sim, ao que interessa.

Hoje já podemos notar qual dos times que não estavam na Libertadores têm chances de se candidatar ao título: Cruzeiro! Ano passado começou bem, mas caiu. Ainda assim, esse ano é melhor, mantendo a base do ano passado. Botafogo e Internacional ainda precisam de mais para serem favoritos. Mesmo assim, devem brigar pelo G4 durante a maior parte do campeonato.

Grêmio, São Paulo e Fluminense são os melhores do ano passado que começaram com vitória o atual torneio. São favoritos ao G4, especialmente, porque têm peças de reposição e condições para se reforçarem.

Outro que estava na Libertadores, terminou bem o ano passado apesar de não ter terminado no G4 é o campeão mundial. Corinthians tem tempo para repor sua condição física e evoluir para beliscar mais um título no ano, apesar de começar com um empate em casa.

Enfim, temos 6 candidatos sérios ao título, pode ter certeza que dali sai campeão: Corinthians, Cruzeiro, Fluminense, Grêmio e São Paulo. Ah... e o Atlético? Atlético? Atlético, não. Atlético será campeão da Libertadores.

domingo, 5 de maio de 2013

Corinthians e o vacilo de Ceni

Há quem diga que pênaltis é loteria. Talvez seja sim. Mas não só da sorte é feita a loteria. A loteria também é feita de chances e no campo tem mais técnica em questão que no cassino. As chances são lotéricas: iguais. Já a técnica destoa a comparação.

No jogo, o São Paulo foi melhor. Mas sem Osvaldo, machucado no quadril em desarme não faltoso de Gil, o tricolor não mantém o mesmo perigo, nem velocidade. Luís Fabiano vai poder chorar e espernear por um lance de erro do bandeirinha, mas nada além disso. Perdeu para o zagueirão corintiano. Ganso parece estar, aos poucos, de volta. Tem incrível visão de jogo e ótimo posicionamento, mas não faz gol, seu velho defeito desde tempos de Santos. O melhor para seu time foi, sem dúvida, a marcação no meio campo.

Do outro lado, a velha e segura defesa corintiana. Cansa. Quantas vezes mais os corintianos vão se proteger nela? Sem Renato Augusto, a criatividade do alvinegro não brilha. Pôr Douglas em campo seria, a meu ver, o melhor caminho. O time já jogou com um meia centralizado e já que não há outra opção no elenco, é o melhor. Gil e Paulo André foram muito bem, sem erros e, melhor, sem faltas. O time tricolor mesmo controlando o jogo fez mais faltas que o alvinegro. Os críticos vão apontar o jogo truncado, mas pelos números, a responsabilidade é do time do Morumbi.

O resultado foi justo e os pênaltis em jogo de pouco ou nenhum gol é sinal de fracasso. O resultado nesse caso não pode ser contestado. Rogério Ceni parece ter dado o sinal verde para a passagem corintiana. Errou o lado em três dos cinco pênaltis batidos. Para além disso, cometeu um erro grave ao adiantar-se de modo tão visível no último pênalti. Como manter a mesma concentração depois de ser advertido pelo juiz? Como tirar a confiança de um jogador com rodagem internacional depois de fazê-lo crer que só perderá o pênalti se o goleiro pular com três passos à frente da linha do gol? Não deu outra. O único a defender pênalti foi Cássio que, ao contrário do veterano batedor de faltas, só errou o lado duas vezes, além do pênalti defendido. Vale lembrar quem foi que bateu a última bola tricolor: Luís Fabiano.

Se eu pudesse mudar o título do post seria: Como craques fazem mal ao São Paulo. Ou mesmo: São Paulo e Corinthians mostram ao Santos e ao Palmeiras como bater e defender pênaltis. No Peixe, só Rafael se salva.

sábado, 4 de maio de 2013

Pintou o Tetra?

Se você me perguntar quem, pelo jogo, merecia ganhar, não citaria o Santos de Neymar. Há muito tempo não tenho gostado do desempenho do alvinegro praiano. É um time cuja estrela principal tem viciado o time e cuja armação das jogadas não é criativa. Mas é um time com estrela, e não pouca. Um campeão inquestionável e um colecionador de títulos.

O Mogi Mirim foi muito mais do que um time do interior, uma zebra. Foi um autêntico semifinalista esnobando a nossa ignorância quando dizemos que um é grande e o outro é pequeno. Consideraria sem medo melhor que o Santos embora também tenha se apequenado. Enquanto Montillo ainda é um jogador comum no Santos, Roni, em especial, Val e Roger Gaúcho são jogadores criativos, rápidos e com movimentação envolvente. A defesa do Santos assistia a belas trocas de passes de um lado contra uma defesa bem postada lá atrás. O erro do Mogi, sem dúvida alguma, foi voltar à defesa no segundo tempo.

Quanto ao futuro de ambos, ninguém nunca pode ter muita certeza. Entretanto, fica mais que óbvio o favoritismo da equipe do litoral para conquistar seu quarto título seguido no estadual. Nem Corinthians nem São Paulo parecem estar tão empolgados para esse campeonato, xoxo na maior parte embora de decisões empolgantes. Aparentemente, qualquer um dos dois estão mais interessados em ganhar um do outro que levar o caneco.

Ao Mogi, espero que saibam manter parte de sua equipe já que é inevitável perder algumas de suas estrelas.

quinta-feira, 2 de maio de 2013

O tropeço na Bombonera

Comecei o jogo extremamente confiante no campeão Corinthians. Um time firme na defesa e perigoso no ataque. Talvez tenha eu falhado na confiança. Talvez. Mas o que vi não me assusta. 

Ao fim da partida Emerson e Tite deram suas avaliações. O primeiro considerou sem titubear que o Timão havia jogado mal, muito mal. E é fato que o Corinthians não conseguiu controlar a bola, determinar o ritmo da partida, controlar a euforia boquense e errado mais passes que o normal. Também é verdade que o gol dos argentinos surgiu num conjunto grotesco de falhas, de Alessandro que cabeceou para o adversário e do Fábio Santos em esquecer de marcar aquele garoto inofensivo que definiu a partida. Também é fato que na transição ofensiva cedeu à marcação voluntariosa da equipe de Bianchi. Mas será que foi só isso?

Para Tite, não é que o Corinthians tenha jogado mal, é que o jogo não foi de fato jogado. A tese é muito simples. A equipe foi obrigada a disputar a bola, a brigar, em vez de tocar, dar o passe e fazer o gol. Marcar como se marca, nenhum dos dois lados marcou. Esbarravam-se, trombavam-se, chutavam alto sem saber pra onde fosse. Mas será que foi só isso?

Rejeito a ideia de que o Corinthians tremeu com o estádio místico do Boca Juniors. O Corinthians perdeu. Só isso. Simplesmente isso. E perdeu porque de fato não estava concentrado. A distração foi visível. Depois do gol, certo nervosismo por não saber o que fazer diante daquele remendo de time que não criava mas também não deixava criar. Mas também havia um ar de que não tinha problema, pois tem volta.

Não gostei da postura corintiana. Mas não há crise e reconheço. Será que tem volta mesmo?

quarta-feira, 1 de maio de 2013

Barça: Fim de um ciclo?

Assim que se confirmaram as semifinais entre Bayern e Barça, eu apostei no alemão. Você pode até dizer: "agora, até eu diria isso". Fica difícil te provar, mas apostei sim, e foi uma caixa de cerveja. Não apostaria R$ 500 para não prejudicar meu adversário, que provavelmente não aceitaria, mas se ele tivesse dinheiro, eu apostava.

Para muitos de nós brasileiros é vaga a nossa compreensão sobre o que ocorre na Europa. Nós conhecemos os grandes de lá, conhecemos alguns de seus jogadores, até vemos uma partida ou outra. Mas, acompanhar... Ok. Há aqueles que acompanham bem o futebol italiano, ou inglês. Há os deslumbrantes apaixonados pelos gigantes da Espanha. Mas o futebol alemão??? A Bundesliga para os menos desavisados é no momento o melhor campeonato de futebol em termos de público e saúde financeira do mundo!

Por essa razão, ficamos com a impressão de que o Barcelona é o time dos sonhos. E, por isso, vão dizer e repetir que o que ocorreu foi resultado do mal estado de Lionel Messi. Preciso dizer que isso é normal para nós leigos. Mas, quando um time precisa muito de seu craque, é porque o time é ruim. Não é o caso do Barcelona. O time é bom. Muito bom! Talvez nessa semana o time deve pôr definitivamente suas mãos sobre o caneco de La Liga BBVA, o campeonato espanhol. Fez belas partidas sem Messi. Não muitas. Mas o futebol, como a economia, as tendências culturais, as inovações tecnológicas, a política, tem seus ciclos.

Vimos recentemente o SuperBarcelona, com Messi, Xavi e Iniesta. Mas também com Daniel Alves, o brasileiro máximo do time, com Pedro, com Alexis Sánches, com Fábregas, etc. E não o veremos mais. Mais do que não viver um bom momento, o Barcelona como tudo que é humano tem defeitos e seus rivais aprenderam a jogar em cima deles. É, sem dúvida para mim, o fim de um ciclo.

O equivocado é, entretanto, dizer que inicia-se o ciclo do Bayern de Munique. Parte dessa crença se apóia na ida de Pep Guardiola e na montagem de um superelenco para a temporada 2013/2014. Pode ser sim. Mas pode não ser. Guardiola não tem nenhum outro trabalho como técnico fora do clube catalão, o que deixa aquela pulguinha de dúvida chupando o sangue de nossas cabeças. Prefiro acreditar que quando há o fim de um ciclo vemos uma transição para um outro. Talvez, nessa nova era do futebol mundial tenhamos o próprio Barcelona como ícone. Mas não o mesmo Barcelona.

Para finalizar, se nos encontrarmos em uma era germânica do futebol, precisamos observar que a Alemanha já viveu um período fraco no futebol internacional e que essa volta se deve justamente ao bom planejamento a partir da... Copa do Mundo. A mesma que vamos sediar. Se tivéssemos o mesmo nível de organização não teria medo de lançar o Brasil de volta ao pódio nos próximos 5 ou 10 anos. Mas não temos. Outrossim, não deixo de acreditar que veremos mudanças significativas no modo como gerimos nosso futebol. Esperemos para ver.

segunda-feira, 1 de abril de 2013

Sobre Corinthians e São Paulo

Faz alguns meses que profetizei: Corinthians e São Paulo será o maior clássico do país. Aos poucos, dava para perceber a queda de rendimento do Santos e o crescimento, pouco a pouco, da desenvoltura do Tricolor. Diante disso, um Corinthians que, fora o centenário sem ter nada, já tinha reconquistado seu lugar no panteão do times brasileiros.

Há boas diferenças entre ambos. Os corintianos ainda se orgulham de sua "maloca" que, na verdade, não existe. É uma torcida que diante de seu time não vê outro time. Sequer é capaz de dar nomes aos guerreiros que estão no gramado. Gritam pelo seu clube e por si mesmos. Exageram nas análises sempre eufóricas e, às vezes, obscurecidas por seu fanatismo.

Do outro lado. Os são-paulinos se orgulham de seus títulos e de seus ídolos. Não se cansam de nomear os astros que têm à mão. Acreditam sinceramente que torcem para o time a ser batido, mesmo quando seu histórico recente não confirme a tese. Exageram na idolatria de seus jogadores-símbolo, sendo injustos ao gritar o nome de um, e não do outro.

Para além de suas torcidas, a estrutura diz algo interessante. O Corinthians de hoje é o São Paulo de ontem. Hoje, é o Corinthians que detém um Centro de Treinamento de ponta, bons médicos que atraem astros de fora do país para se tratar com eles, um modelo de profissionalização para os outros brasileiros. O São Paulo deixou de ser o modelo. Juvenal Juvêncio começa a se assimilar a Vicente Matheus e a Alberto Dualib (os ditadores corintianos), quase onipresente do clube, mas onipotente sem dúvida. Entretanto, o clube hexacampeão brasileiro ainda pode nomear seus craques formados na base, algo que ainda falta ao campeão.

Enfim, hoje, o Tricolor tem seu ataque rápido, o Alvinegro tem sua defesa segura e sua cadência. Ontem, o melhor em campo perdeu por um detalhe. Ontem, o campeão mundial superou o sul-americano. Mas, ainda temos quatro outros duelos, garantidos.

Páscoa Majestosa

Era páscoa este domingo. E, como católico, não fiz mais que comemorar em um bom churrasco o dia em que celebramos a vitória de Jesus sobre a morte. Vitória esta que sempre tem um outro lado, o lado da derrota, do fracasso. Ou nem tão grave assim.

Grave, sem dúvida, foi a goleada histórica aplicada pelo Mirassol sobre o Palmeiras. Vitória gloriosa para o time do interior que ainda briga para ter seu lugar ao sol nas quartas-de-final do paulistinha. Derrota amarga e cruel para o grande clube palestrino da capital paulista. Mas que, como é do futebol, acaba virando estatística, história, piada e, finalmente, passado. Jesus venceu a morte. O Palmeiras também podia vencer sua crise. Fez bem em manter Kleina que, ao final das contas, é o que tem pra hoje em um clube que há muito sofre para voltar à gloria. E os 2x1 diante do Linense não foi pouco nem muito. Só o suficiente.

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No domingo, entretanto, surgia outro certame prestes a tomar conta dos noticiários e fazer esquecer, ao menos por pouco tempo, os frangalhos alviverdes. Clássico com nome bonito: Majestoso. Talvez exagerado, talvez não. De fato, os dois clubes mais populares do estado de São Paulo. O confronto de dois times de poder econômico e com fartura de títulos nos últimos 15 anos. Mesmo assim, era no Paulistinha, a pré-temporada fora de hora.

Sentado à mesa com meu pai, santista, e com minha noiva, degustando umas belas fatias de picanha, ouvi o começo da partida. Mal terminei de degustar os prazeres da boa comida de minha sogra ouvi o grito: Gooooool! De quem? Pensei: do São Paulo. Acertei! Comecei a criticar e a dar voz a Ney Franco e a Tite. Clássico em campeonato estadual a alguns dias de jogos decisivos da Libertadores. Mau gosto de quem perderia tempo para degustar tal jogo, era melhor a Picanha. Mas me rendi.

Dados 5 minutos em jogada perfeita de Osvaldo e Jadson, iniciada em péssima desenvoltura de Alessandro que não sofreu falta, o Tricolor Paulista fez soar seu hino em seu próprio templo. Falhou em não fazer mais, e  pôde. O São Paulo foi, no primeiro tempo, muito mais incisivo e objetivo que o Corinthians. Mas não se menospreze um campeão mundial. Émerson, na lateral direita, faz lançamento belíssimo e perfeito para Danilo que mata muito bem, limpa a jogada e acerta no ângulo contra Rogério Ceni. Gooooool!!! Empatou? Pois é. Fui, então ao intervalo com picanha.

No segundo tempo, muito mais lento, a técnica, a marcação, a tensão me irritavam solenemente. E eu reclamava de um jogo fora de hora. Tão fora de hora quando o recuo da bola feito por Tolói. Não tive de dó de dizer que um jogador profissional não podia pensar em fazer o que fez. Pato, esse muito mais oportunista ontem que Fabiano, fez o que devia fazer, correu para a bola. Eu não daria o pênalti. Não gosto de jogo cheio de intervenções do árbitro. Mas, se precisasse marcar alguma coisa, seria o pênalti. Não houve pé alto. A verdade, triste para os são-paulinos, é que o Rogério Ceni furou. E furou porque Pato acertou a bola primeiro. Pênalti.

O fato é que se houve um duelo entre Luís Fabiano e Alexandre Pato, o segundo ganhou ontem. O reforço alvinegro foi paciente e não entrou na discussão que se seguiu, gerada inclusive pelas reclamações de Luís Fabiano. Pato, tranquilo, pegou a bola, pôs na marca e arregaçou a meta são-paulina. Corinthians punha fi, a 24 jogos de invencibilidade tricolor no Morumbi. Tudo, um dia, acaba.

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Reação palmeirense tropeça

O time do Parque Antártica ainda tem coisas melhores a esperar. A derrota de hoje era previsível, mesmo que indesejada. Por outro lado, o Libertad deve ser o time mais difícil do grupo em que o Palmeiras se encontra. Nada a temer contra Sporting, nem mesmo o Tigre que não era sequer digno da final contra o São Paulo na sul-americana.

Para voltar a estar vivo na competição, o Alviverde Imponente precisa estar ligado e apresentar a mesma garra que tem marcado a reação do clube nesse ano de 2013. O Palmeiras pode e deve chegar às oitavas, qualquer pessimismo tem de ser jogado fora.

Aquém do esperado

O Tricolor Paulista sofreu, isso ninguém pode negar. O revés sofrido no primeiro tempo lhe tirou o ímpeto e garantiu o crescimento do The Strongest que ainda nos minutos finais brigava por um resultado mais justo pelo seu empenho. O erro provável do time aurinegro foi recorrer à catimba, embora bem menos que o normal do torneio.

A vitória da equipe de Ney Franco era obrigação. Com a derrota para o Atlético-MG e jogo na altitude pela frente, ter os 3 pontos para disputar vaga era essencial. Com o possível empate, dadas as circunstâncias, o Soberano poderia ter soberbas dificuldades a frente. Pode reverter. Precisa ter resultado positivo contra o Arsenal de Sarandí na Argentina, porque, ao que tudo indica, sua briga direta é com o próprio The Strongest, já que time de Ronaldinho gaúcho tem apresentado desempenho de gala e pode até terminar em primeiro na soma de pontos.

O São Paulo ainda tem mostrado a velha insegurança na defesa que eu tenho apontado. Luís Fabiano marcou mas também não fez sua melhor partida. Osvaldo continua perigosíssimo e, com Jadson, mantém regularidade elogiável. Ganso resolveu e mostrou muito mais garra do que vinha apresentando mesmo antes de sua transferência para o Morumbi, embora esteja longe de ser merecedor da titularidade. Cañete talvez seja um nome esquecido e muito mais digno de aplausos.

Show vazio

O Corinthians, ontem (27), jogou sem público. Jogou sem se ver visto, embora fosse. Jogou em profundo espírito de luto, daqueles em que a homenagem rende mais que o choro. E que homenagem!

O esquema tático de Tite superou minhas expectativas. Sempre foi do meu desejo que Renato Augusto e Alexandre Pato fossem titulares ao lado de Danilo e Guerrero. Não só funcionou como deu ao Corinthians o que faltava: beleza. Há tempos, o time do Corinthians não jogava bonito e, a partir de ontem, jogou. Esse é o diferencial de um craque. Para isso é que servem. O esquema também é inovador. Como Pato assumiu a função de segundo atacante - jogando ora ao lado de Guerrero, ora mais recuado, mas sempre por dentro - Renato e Danilo jogaram abertos, revezando-se entre direita e esquerda. Isso prendeu os laterais e deu mais liberdade a Paulinho que vinha caindo de produção. O modelo não foi um esquema pontual e, portanto, deve ser mais usado pelo campeão alvinegro, garantindo evolução à dupla de volantes e mais chances de gol.

O detalhe óbvio do bem que a dupla de atacantes corintianos traz ao time está no resultado, um gol para cada. Alexandre em três jogos como titular marcou dois, mais um em que atuou como reserva. Guerrero segue como artilheiro do time da temporada marcando em todas as vezes em que entrou como titular, quatro, mais um como reserva. Não dava para segurar tamanha competência no banco. Apenas Romarinho tem tido tamanha eficiência, mesmo assim, não garante ao time o tom de qualidade que o reforço milionário tem dado.

Jogo fácil, com direito a elogios para o Timão pela concentração e respeito ao adversário. Milionário mesmo segue sendo o time do Parque São Jorge.

domingo, 24 de fevereiro de 2013

Timão Reage!

Kevin fora ver uma partida de futebol. Sabemos que de lá não voltou. Como sabemos que, tendo ido às escondidas, queria ver uma partida de futebol. Se por amor a San José ou por amor exclusivo à bola caprichosa que dança nos pés, nos ares e que explode em traves ou em gols, não importa. Lá estava, porque o menino atrevido e de destino triste estava ligado à bola, que não mata nem rouba nem engana, porque não é gente. Amar futebol pode ser loucura para uns diante das tragédias. Mas sei que nenhuma delas pode ser esquecida no rancor nem no revanchismo. Como o amor tudo perdoa. Que o amor ao futebol desate os nós das dores.

Quem sabe, a bola na rede disfarce a triste verdade de que, como a bola vai pra onde não sabemos, nossas vidas também partem em fim desconhecido. Foi a tal bola da rede que, neste final de semana, deu toda vazão à alegria indiscutível dos são-paulinos. Ao alívio sincero dos palmeirenses. E à angústia corintiana, sofredora, mas de certo apaixonada. No último caso, a bola que entrou nem sempre é feliz, como nem sempre é triste. Mas tem culpados.

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Bragantino já tinha feito das suas ante Palmeiras e Santos. Contra o Timão seria diferente? A defesa segura do clube invicto em jogos internacionais fez de tudo para garantir que não, mas falhou. O primeiro gol bragantino foi falha do lateral corintiano Edenílson, que não fechou o setor e permitiu cruzamento pela direita. Léo Jaime converteu sem chance para Cássio, logo no primeiro minuto do segundo tempo. Em outro momento, o vacilo foi do goleirão corintiano que até acertou a bola, só não a mandou para fora.

A sorte do clube paulista está nos reforços vindos da Europa, não dos vindos do Bragantino. Pato jogou reverencialmente bem. É um jogador acima do normal. Livre na área, com Cadu lhe dando condição legal, meteu sem dó contra Rafael Defendi, que não defendeu. O jogo se abriu, mas o Corinthians tinha dois problemas: as faltas estratégicas do Bragantino; e o excesso de individualidade, resultado inequívoco da falta de entrosamento, o qual deu milhares de passes errados para o adversário, muitos dos quais no campo de defesa corintiano.

No último minuto, Raphael Andrade, do clube de Bragança Paulista, já com cartão amarelo, pensou que sua mão sobre a bola seria despercebida e Ralf não a pegaria. Acertou quanto ao segundo, não quanto ao primeiro. O juiz marcou pênalti. Guerrero converteu muito bem em bola no ângulo. Ali, só a trave defenderia.

O treino de luxo do Poderoso Timão tem suas vantagens. Está mais que na hora de Pato ter sua chance com Guerrero. O peruano enfiado entre zagueiros e o reforço milionário em movimentação podem se complementar de tal modo que deixariam os rivais em lágrimas desatadas. Sabemos que se entrar um, outro sai. Não há outra escolha: Emerson Sheik é preferido para dar lugar a Alexandre Pato. Principalmente, porque Alexandre marcou três vezes e deu assistência a Romarinho. Guerrero marca em toda partida que entra desde o Mundial. Não dá para deixar no banco quem resolve.


quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Campeão segue Invicto! Apesar da tragédia.

Eu estava ansioso para ver. O Corinthians finalmente parecia ter alcançado seu auge mas de todo o modo ficava aquela apreensão: sorte de pobre dura pouco? Creio que não. A favela continua a sorrir com seu clube. Pena que não seja com alegria tão plena.

São 17 partidas internacionais oficiais sem perder. O Corinthians segue com campanha invicta raríssima na história de um clube brasileiro, aliás, não se sabe de semelhante situação. Com o empate em sabor de vitória de ontem, o time Tite tem 10 vitórias em tais jogos e 7 empates, com 19 em saldo de gols e invejável defesa: apenas 5 gols tomados em todos esses jogos.

O empate de ontem deve ser comemorado e a torcida corintiana sabe disso. Oruro fica no interior da Bolívia, em altitude de mais de 3.000 metros acima do nível do mar. Seu time foi o segundo classificado de seu time para a Libertadores, San José, entretanto, estava longe de ser um time de bom nível técnico. Mas os 3.000 metros de altitude eram jogadores implacáveis. Apenas por comparação, o último jogo de um clube brasileiro em semelhante condição garantiu revés inacreditável no segundo tempo: o São Paulo vencia por 3 a 0; levou 4 embora garantisse a classificação. Na Libertadores anterior, Santos havia sofrido e perdeu por 2 a 1.

É verdade que em nossos campos as derrotas dos times bolivianos são emblemáticas.  Bolívar na última edição mesmo já havia levado sacolada de 8 a 0 do Santos na Vila, e o São Paulo garantia classificação com vitória de 5 a 0 no Morumbi. De todo o modo, não deve ser diferente para o Corinthians.

Para além disso, espero ver o campeão em mais uma excelente campanha. Isso sim é o que a torcida do Corinthians e a própria Copa Libertadores merecem.

Que não se repita Oruro!

Tem sido comum a cada tragédia que se sucede a recorrência a culpados. Eles existem e isso é fato. Só não são tão culpados como preferimos julgar que sejam. Foi assim com Santa Maria, agora em Oruro, e já fora em ocasiões mais graves. Não temos em mãos quando algum desastre vai acontecer. Às vezes, nos ocorre a vaga ideia de que podem acontecer, embora finjamos passíveis do erro crentes de que simplesmente não vão acontecer.

Por tudo isso, não sou daqueles que gostam de punições. Quanto mais se pune menos se previne. Desencadeia em diversos meios a ideia medíocre de que basta condenar os culpados e crer que isso sirva de exemplo: ideia sórdida e até certo ponto burra. Sou professor e sei que culpar não resolve, condenar diminui mas não exclui recorrência. Prevenir parece ideia de comercial do SUS, mas não é. Segurança preventiva existe e passou da hora de termos sua parte na infraestrutura do futebol.

Ou, por acaso, estádio é lugar de ninguém? Não é! Tem dono. Seja o governo ou o clube, tem dono e pertence ao dono a responsabilidade de garantir a segurança dos transeuntes. Isso deveria obrigar a Conmebol, mas principalmente os países da América do Sul, de estabelecer um modelo de inspeção à frente dos estádios. Não podemos permitir que em lugar tão público e, ao mesmo tempo privado, não nos seja oferecida alguma forma de proteção.

O Corinthians entretanto deve imediatamente romper com a Gaviões, enquanto esse tipo de barbaridade rondar as ações da torcida organizada. Desde a briga entre torcedores corintianos e palmeirenses, vários outros desvios de conduta tem sido observados pela diretoria do Timão com a mesma negligência e falta de postura. Proibir o grupo de assistir jogos do clube é muito mais fácil do que parece. É possível sim termos torcidas organizadas civilizadas e devidamente institucionalizadas. Romper com a barbárie é o primeiro passo.

Provavelmente, o que ocorreu em Oruro seja um acidente. Isso não exclui a responsabilidade do torcedor, da Torcida Organizada, nem, principalmente, do mandante do jogo. Mas tirar o atual campeão do torneio por uma sequência de equívocos seria a maior injustiça a respeito. O torneio, o clube e seus torcedores honestos pagariam por algo que realmente não cometeram.

domingo, 17 de fevereiro de 2013

Carrasco é carrasco, e vice-versa!

O Poderoso Timão diante do seu maior rival o Alviverde Imponente. O maior clássico da história do futebol paulista entretanto parecia manchado pelo andar dos últimos anos, tão favoráveis ao alvinegro quão desfavoráveis ao palestrino. Sim, de um lado um time B do Brasil, sem craque, sem estrelas, em formação. Do outro, o campeão dos campeões da FIFA, com tantos craques que fica difícil citar um, em equipe de formação antiga e cheia de conquistas. Mas, clássico é clássico!

Não é tão simples assim, o Corinthians é ainda muito superior ao Palmeiras, tanto que o time de Gilson Kleina, que apostou em formação parecida com a do jogo contra Sporting Cristal pela Libertadores, dedicou-se mais taticamente em uma marcação ofensiva que na criatividade, de longe seu ponto fraco. A falta de um atacante característico, uma vez que o clube perdera Barcos, tem forçado o clube do Parque Antártica a rechear o meio campo ofensivo. Nele tínhamos Wesley, Souza, Vinícius (único atacante) e Patrick Vieira, numa espécie de 5-1-4 ou 4-2-4. Uma boa decisão de Kleina para este clássico, uma vez que era frequente se ver a linha de quatro defensiva do Timão acuado por uma linha de quatro ofensiva do Verdão, mesmo assim, não é a formação ideal já que, no jogo da Libertadores, prendeu muito o time.

Do outro lado, o bicampeão mundial começou eletrizante. É um time de estilo muito bem conhecido. Sabe fazer a transição da defesa para o ataque, usa de boas tabelas pelas laterais, belos passes longos, tem criatividade e armação. Fez tudo o que devia fazer no começo do jogo, menos ampliar a vantagem conquistada por Emerson em bola ajeitada de cabeça por Paulo André, GOL aos 17'. Na verdade, o time parou depois que em cruzamento de Wesley, Vilson correu e cabeceou de modo perfeito contra o GOL de Cássio, aos 29'. Tudo igual. Clássico equilibrado?

O torcedor palmeirense pode reclamar de tudo, menos de que seu time não tem raça. Corre, marca, avança. Faz tudo. E tem abusado nas faltas. Pouco antes do apito, já haviam sido marcadas 35 faltas do clube alviverde. E esse esforço aliado a má vontade do Corinthians tem um resultado óbvio: GOL de Vinícius em uma falha grotesca do goleiro Cássio. O lance começou com falta de Ralf sobre Patrick Vieira, sozinho na direita. Wesley cobrou e Cássio, no tempo certo, na direção certa, simplesmente deixou passar a bola que sobrou pro atacante palmeirense virar o jogo.

Aí o jogo voltou a ser interessante. Romarinho entrou e pôs fogo no clássico. Há certos carrascos que merecem o apelido. Romarinho deu velocidade e movimentação a um time parado e lento. Jorge Henrique, posto para a lateral no lugar de Alessandro foi implacável e apoiou bem o ataque. Sheik, já desencantado no seu gol também se dispôs. Então, em lançamento de Cássio para Pato, o atacante dominou de modo deslumbrante, deu para Paulinho que voltou para o reforço milionário. Alexandre tocou para Romarinho que chegava sozinho de fora da área: GOL. 

Carrasco é carrasco e vice-versa. O resultado foi bom para ambos. O Palmeiras deixa claro que pode não ser o melhor do mundo mas pode com certeza vencer do campeão do mundo. O Corinthians leva a demonstração de que sabe e pode reagir quando estiver em desvantagem.

sábado, 16 de fevereiro de 2013

Libertem a Libertadores!

A Libertadores precisa ser liberta. De muitas coisas posso dizer. Liberta, por exemplo, da cultura agressiva e preconceituosa de certas torcidas que refletem completa ignorância a respeito de si mesmas. Deveria também ser liberta da sua falta de ambição. Talvez, seja esse seu maior erro e deve ser sua maior Libertação.

A Copa Libertadores da América nem sempre foi tão desejada e por um motivo muito simples, ela não era e talvez ainda não seja desejável. Qual a razão de um clube brasileiro, por exemplo, viajar tão longe, correr os perigos que vão desde a torcida local até as estradas que deslizam por montanhas, jogar em elevadíssimas altitudes onde o ar rarefeito e a velocidade da bola são melhores jogadores do que os donos da casa, enfrentar a catimba e as arbitragens caseiras, etc. tudo por tão pouco? Sim, pouco! O Paulistinha atualmente rende mais do que a tão elogiada Libertadores! Aliás, a Federação Paulista paga melhor que a Conmebol, especialmente, se pensarmos nos gastos dessas viagens e no pouco retorno que têm nas arquibancadas (vazias em alguns países), já que a federação sul-americana "morde" boa parte da renda dos ingressos. Fora a TV. Com 20 jogos garantidos, os clubes grandes ganham fortuna consideravelmente maior  no estadual que no continental.

Tudo isso fazemos por uma razão um pouco idiota. Queremos jogar com os europeus em um torneio sério. O problema é que os europeus não levam o Mundial de Clubes da FIFA a sério. Para eles é um transtorno ter que viajar ao Japão, ou mesmo ao Oriente Médio, enquanto correm suas ligas nacionais e a própria Champions. Há também certo esnobismo por crerem que além mar e depois das montanhas Urais não há futebol a altura. O europeu não quer ver seu time ganhar nem do Corinthians nem do São Paulo, quer vê-lo enfrentar outro europeu. Mesmo que o outro europeu seja o BATE Borisov, da Bielorrússia. Então, vale à pena investir na Libertadores? Vale.

Mas, investir na Libertadores também deve significar uma cobrança de atitude da Conmebol. A Federação precisa dar o valor que tem a competição. Sem europeizá-la, diga-se. Isso passa por uma melhor escolha dos estádios, definindo melhores restrições, que deem conta do número de pagantes, do acesso, da melhor segurança e saúde aos jogadores estrangeiros. Também passa por melhores premiações aos clubes que passam de fase. Deve, além disso, ampliar suas participações, em franco acordo com a Concacaf, permitindo que outros grandes clubes da América do Norte, não só mexicanos, venham para o hemisfério sul e agreguem em qualidade ao nosso campeonato. E por que não promover um diálogo para a definição de um calendário comum em nosso continente?

Dar mais qualidade, pompa e glamour também, tem que ser a meta da Conmebol. Ela precisa se libertar de si mesma!

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Um brilho verde ressurge

A entrada daquele time vestido de verde podia remeter a outros tempos. Podia lembrar daquela final admirável em 98. Ou mesmo das duas semifinais seguidas em que despachou o rival do melhor torneio das Américas. Poderíamos lembrar de Marcos pegando pênalti. Ou mesmo ter o desejo de dar o troco àquele Boca que, pelo resultado de ontem, parece não ser mais o mesmo. Mas o Palestra também não era o mesmo. Ou era? Aquelas cabeças baixas deviam permanecer fitando o chão? Ou era a hora da catarse alviverde e de sua glória voltar a brilhar?

A princípio, Kleina parece ter errado. Vilson, zagueiro, posto como terceiro volante não convencia. Ele mesmo chegou a bater de fora da área mas essa não parecia ser sua melhor função. Faltava também aquele armador criativo, já que o Mago insistia em não estar disponível. Souza, reforço como Vilson, fez de tudo para cumprir o papel de segundo volante. Corria pela direita, pela esquerda, marcava, testava chutes, passes, enfim, de longe o mais esforçado. Não o melhor, entretanto. Henrique sim foi muito bem. Seguro, fechando o centro da grande área e muito bem nas bolas altas. Tão bem que fez o melhor que podia fazer: gol aos 39', depois da cobrança de escanteio por Wesley.

Só a partir de então o Palestra vibrou em campo. Um time ainda em formação, meio desencontrado, mas disposto a apagar as manchas de um passado recente no mínimo incômodo. Veio o intervalo, e o Palmeiras mostrava querer jogo. Levou, no entanto, um banho de água fria. Em pênalti cometido por Marcelo Oliveira, o time peruano empata. Veio então aquele frio na espinha. Outra decepção? Não.

A entrada de Caio e, depois de Ronny, fizeram daquele Palmeiras, de três volantes até então, num time ousado. E em participação do atacante que protegeu Patrick Vieira na pequena área saiu o segundo gol.

Alguns podem até dizer que o Grêmio fez bom negocio e eu tenho certeza que sim. Mas os resultados de hoje parecem dizer que não.


quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

A Libertadores e o melhor do Brasil

Mais um bom motivo para acreditarmos no futebol brasileiro praticado por seus clubes. A estreia de Atlético Mineiro e São Paulo deixou um pouco de lado as Oitavas na Champions League. Um jogaço! Na Venezuela também saímos vitoriosos com o Fluminense garantindo a vantagem na fase de grupos por 1x0.

No primeiro tempo, Atlético foi incrivelmente superior, especialmente no ponto em que há graves falhas do lado paulista: a defesa. O time de Ney Franco é perigoso de duas maneiras: com Jadson é rápido nas laterais e quase não vemos transição pelo meio campo; com Ganso é mais cerebral e central, fazendo com que a bola passe pelo meio no ritmo que lhe for mais interessante. Mas a defesa do Galo agiu de maneira impecável, anulando o São Paulo nas laterais e, assim, evitando o perigo. 

O gol do Galo seria questão de tempo, mas a forma como veio, sem dúvida, foi surpreendente. Depois de beber da água de Rogério Ceni, Ronaldinho tranquilo caminhou até a lateral esquerda do ídolo sãopaulino. Muito, mas muito a frente da linha de defesa tricolor, R10 recebeu sua bola livrinho. Eu, ainda pouco acostumado com as regras da arbitragem, disse equivocado: "Impedido!". O bandeira não marcou meu impedimento inexistente, e o craque do galo seguiu, cruzou e Jô pôs pra dentro. Atlético Mineiro: 1; São Paulo: 0. O show atleticano continuou e fez tremer o torcedor do Soberano em rebote dado por Rogério a Diego Tardelli (ex-São Paulo), mas o camisa 9 atleticano chutou para fora.

No segundo tempo, entretanto, o São Paulo ganhou fôlego, e fez o que sabe fazer melhor, pôs o time para o ataque. Com boa atuação de Osvaldo, que alternava-se entre a ponta direita e a esquerda, e Jadson sempre bem. Saiu Paulo Miranda, entrou Aloísio, e Douglas voltou à lateral. parecia mesmo que o time de Ney franco empataria e garantiria uma estreia sem derrota na fase de grupos da Libertadores. Porém, Ronaldo não esta disposto a dormir sem 3 pontos. Mais uma vez na linha de fundo, cruzou e Réver, ex-seleção, cabeceou garantido a vitória do Galo.

O São Paulo ainda buscou o empate e conseguiu diminuir com gol de Aloísio. Ganso, em atuação discretíssima, chegou a dar uma ponta de brilhantismo, após rebote de ombro dado pela defesa mineira, com um belo chute que, infelizmente, não entrou.

Assim sendo, a estreia do Atlético merece aplausos, e não poucos. Deve ir longe no mata-a-mata, contando com o fator casa, com a bola parada de R10 e a defesa segura e quase implacável liderada por Réver. Mas, só Deus sabe. O São Paulo entretanto não surpreende. Joga melhor com três atacantes, de preferência com Aloísio na ponta, conta com um dos nossos melhores centroavantes, o Fabuloso, mas peca na bola aérea. 

O Flu garantiu vitória suada com Fred, sempre ele, em finalização perfeita na pequena àrea. E o Boca, acreditem, o Boca que ganhava de 1x0 (gol de Santiago em cobrança de pênalti), deixou o Toluca virar, mesmo depois dos mexicanos perderem uma penal, cobrada muito mal.

Enfim, os clubes brasileiros dão mostra de que nosso futebol ainda é de qualidade visível. O nível apresentado no certame doméstico em Minas soa de modo extremamente agradável para quem ainda acredita que somos o país do futebol. É óbvio que hoje o páreo é duro, e que os espanhóis, mais precisamente os catalães, estão com tudo. Por outro lado, nossos clubes têm mostrado que não estão tão longe assim dos europeus. É uma pena, porém, não ver o mesmo na seleção. Como também não vemos Ronaldo jogar com a amarelinha do mesmo modo como joga com o alvinegro, Neymar idem.

Amanhã tem Palmeiras. Um abraço!

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Santa Maria, rogai por nós!

Que outra opinião supor? Às vezes, beira ao ridículo o trato da imprensa, nacional ou internacional, a respeito dos fatos.Que tem a ver a Copa do Mundo com uma boate em uma cidade até então desconhecida pela maior parte da população? Ou se supõe que haverá espetáculo pirotécnico dentro de um estádio capaz de pô-lo em chamas?

Tudo o mais que se diga é falar de boca aberta sobre o que não se sabe, ou não se sente. Os culpados são os mesmos que qualquer olhar absorto acusa: a banda, a boate e a prefeitura. Cada um com mais ou menos culpa. E, como bem definiu o Financial Times, "sempre há um idiota". Para eles, o silêncio basta.

Conclusão? Aquilo foi uma tragédia, que podia ter sido evitada, que foi por pleno descumprimento da lei, que a lei foi descumprida por falta de fiscalização? Ora, se não são esses os componentes de uma tragédia? Uma tragédia é uma tragédia. Devíamos saber compreender o momento, sentí-lo e refletir. Entretanto, nossa burra indignação faz esse tipo de paralelo. E para qualquer tragédia, não há paralelo.

domingo, 27 de janeiro de 2013

A vitória volta ao Timão!



E o Coringão voltou a dar orgulho à Fiel! Vence sua primeira do ano com boas atuações de reforços, sinal de que tem tudo pra papar qualquer título em mais um ano de Tite, que completou nesta tarde 200 jogos no comando alvinegro.

Finalmente, o maior vencedor do estadual de São Paulo voltou a vencer. O jogo foi bom, considerando a competição, o adversário e a equipe do Timão. Destaque para Romarinho que fez o gol e voltou a jogar bem e, sem dúvida, para a boa estreia de Renato Augusto, de todos os reforços, provavelmente, o mais útil a esse elenco.

O gol saiu justamente do reforço, ex-Bayer Leverkusen, em cruzamento perfeito para o xodó corintiano, aos 6' do 1º Tempo. Centralizado, embora caísse para a direita em alguns momentos, Renato Augusto cumpriu bem sua função de meia-armador, bem ajudado por Guilherme, que jogou melhor que em outros jogos. O primeiro tempo foi marcado por boa marcação no meio-campo e, ainda certa falta de criatividade. O gol logo no começo da partida não inibiu o Mirassol que, apesar disso, teve poucas jogadas realmente perigosas, destaque para cabeçada de Marcel nos últimos minutos do 1º Tempo.

O segundo tempo deu destaque ao goleiro Danilo Fernandes, muito mais seguro que Júlio César e que, portanto, tem tudo para ser o titular na próxima quarta já que Cássio ainda não se recuperou do tratamento do ombro. A defesa do Corinthians mostra a que veio, o time reserva levou apenas dois gols em três jogos, dos quais um veio de pênalti duvidoso. Gil é uma contratação que valeu a pena e o garoto Igor estreou bem como titular na lateral-direita, carente de reserva. Felipe também tem se mostrado bem nos últimos jogos e reforça bem a equipe bi-campeã mundial.

Quarta-feira, o time titular do Corinthians vem com menos pressão e começa a se aquecer para jogo do dia 20 pela Libertadores da América.

sábado, 26 de janeiro de 2013

Os Clubes se Movimentam

Acabo de ler notícia, cujo link vem ao fim da postagem, em que me informa a respeito de algo que tem muito de prestígio ao nosso questionado futebol brasileiro. O Corinthians e o Santos acabam de ser convidados para integrarem a Associação de Clubes da Europa. Mas não seria o primeiro não-europeu a integrar o elenco que já conta com Boca Júnior e Kashima Antlers e, exatamente por isso, a tal associação começa a esboçar a troca do termo Europa no final por Mundo. Uma Associação de Clubes do Mundo! Imagine! Mas sabe pra que tal grupo existe? Para pressionar a FIFA a ouvir seus interesses.

Algo parecido já vem sendo tentado no Brasil. É sabido que Andrés Sanchez almeja a presidência da CBF e sabe que conta com pouco apoio político das Federações Estaduais, de modo que tem tentado angariar prestígio entre os clubes. O que significa que algo devidamente questionável começa a ser questionado. Porque são as Federações que decidem sobre o futebol em vez dos Clubes?

Óbvio que não se pretende extinguir tais instituições do futebol, entretanto, é óbvio também que as Federações e Confederações não tem optado pelo bem dos clubes que tem precisado virar-se nos trinta para garantir espetáculo digno em meio a decisões políticas e pouco beneficentes ao futebol.

Eu desejo sorte a eles e espero, ansioso, por uma FIFA, uma CBF, uma FPF, etc. menos corrupta, menos desorganizada e realmente interessada no bem do nosso esporte!

http://blogs.estadao.com.br/jamil-chade/2013/01/26/europa-convida-corinthians-e-santos-para-debater-futuro-dos-clubes-no-mundo/

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

De volta a questionar os Estaduais

O Brasil é um país grande. Acredite em mim, ele é enorme. São mais de 8 milhões de metros quadrados, para mais de 190 milhões de habitantes! É gente pra burro, não acha? Pense na Inglaterra. O Reino Unido possui menos área que o Estado de São Paulo, e apenas 15 milhões a mais em habitantes, menos que o Estado do Rio. Ou seja, nossos dois principais estados cobririam área e população de uma das maiores economias do mundo. Nós temos grandes Estados. Temos Minas, temos o Rio Grande, o Paraná, a Bahia, temos Pernambuco, etc. E temos futebol. Futebol na veia. Futebol na alma.

E temos os Campeonatos Estaduais. O fato, inegável, é que deles veio nosso futebol e que são eles que deixaram à história nossas maiores partidas e nossos maiores contos e crônicas, recheados de rivalidades, personificações e emoção à flor da pele. Não podemos afundá-los em uma piscina e desejar que morra, assim, sem mais nem menos, em nome de uma politicagem barata ou de uma europeização mesquinha. Só vamos voltar a ser o país do futebol, se nos deixarmos ser nós mesmos.

Voltarei a dizer o óbvio, os Estaduais precisam diminuir. Diminuir para serem mais competitivos. Minha sugestão é radical: oitavas, quartas e semifinal com jogos de ida-e-volta; final em jogo único em palco épico (Pacaembu, Maracanã, Mineirão). Em sete certames emocionantes. Com o melhor que há nos times do interior, selecionados em uma competição exclusiva.

O que alguns não tem citado, e isso me incomoda, é a Copa do Brasil. Na Inglaterra, além da Premier League, temos duas outras competições: a Copa da Inglaterra e a Copa da Liga Inglesa. Ambas realizadas em jogos únicos. São o momento magistral das pequenas equipes inglesas de aparecerem no noticiário, se bem que isso é aparentemente desnecessário porque estão espiritualmente ligados à região que os sediam.

A Copa do Brasil também precisa diminuir. Tem que sair da reserva da Libertadores e aparecer aos holofotes. Já dei minha proposta: 64, 32, 32, 16, 8, 4, 2. Em outras palavras, dos 80 clubes participantes, os 16 melhores no Ranking da CBF entrariam apenas na terceira fase eliminatória. Final em jogo único no Mané Garrincha, em Brasília (Capital do País).

                                                                          *******

Quanto ao Calendário, sempre preferi a fidelidade à nossa cultura anual. O ano começa em Janeiro, nossas temporadas também. Três problemas ainda precisam ser respondidos: o recesso para férias, a pré-temporada e as competições em bloco (primeiro um campeonato, depois outro).

Minha sugestão é de dividirmos o recesso em dois: um entre Dezembro-Janeiro e outro em Junho-Julho. O primeiro seria reservado às férias e à pré-temporada, teriam 45 dias. O segundo seria entregue aos clubes para fazerem turnês, excursões ou para algum tipo de atividade mais leve para os jogadores não chegarem ao fim do ano estourados, e teriam 20 dias. O segundo recesso também serviria para dar o restante de férias aos jogadores que tiverem sua pré-temporada antecipada em Janeiro por conta da Pré-Libertadores, ou as férias atrasadas por conta do Mundial de Clubes.

Discordo dos campeonatos em bloco. Meu Janeiro perfeito teria pré-temporada para, já em Fevereiro, começar o Brasileirão, com toda pompa e circunstância que merece.


Sugestões e comentários sempre bem-vindos!

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

O Soberano voltou!



Pode até achar que eu seja são-paulino, não sou, e até existe no fundo um desejo de que a história de ontem fosse diferente. No fundo, eu queria um 2x0. E muita pressão em La Paz. Mas, a pressão no próximo certame do tricolor na Liberta será apenas do ar rarefeito. Porque de resto: estão tranquilos, tranquilos.

Em seu primeiro jogo de Libertadores, depois de 2 anos sem ver sua competição favorita, o São Paulo atropelou. Não só porque fez os gols necessários, mas porque conseguiu se segurar quando o time boliviano tentou reverter a desvantagem, isso lá aos 11' do 1º Tempo. Méritos do super-xerife Lúcio e para o M1TO são-paulino, que além de tudo marcou o último gol, em cobrança de pênalti. Nos seus 40 anos...

O time boliviano soube tumultuar o meio-campo, impedindo o avanço do time anfitrião, mas não sabia criar. Com técnica muito aquém do necessário, os camisas-azul de ontem tinham simplesmente medo de ficar com a bola, davam passes ruins e que queimavam no pé de quem os recebia. O São Paulo também não se mostrava lá tão a vontade em sua própria casa. Somente depois do segundo gol, aos 20' do 1º Tempo, o Soberano se manteve mais calmo e começou a trabalhar a bola. E no segundo tempo, deixou claríssimo pra quem desconfiava que entrosamento não seria o problema da equipe, usando e abusando da técnica visivelmente superior, trocando passes, tabelando em velocidade. Um show!

Ney Franco é, sem dúvida, quem deve receber as medalhas da noite de ontem. Fiquei preocupado quando vi Lúcio se tornar titular sem brigar por posição e Ganso assumir tão automaticamente a vaga deixada por Lucas. No entanto, nesta última quarta-feira, Ney Franco mostrou que é o verdadeiro comandante do time. Sacou o Ganso, querido, desejado, muito bem pago e aplaudido quando entrou, para garantir Aloísio que eu já admirava no Figueirense e que era uma incógnita para alguns, reservando a armação a Jadson. Jadson realmente precisa ser mais bem visto pela torcida são-paulina.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

A Seleção de Felipão

Fiquei ontem à espera da lista na sala dos professores, Secretaria do Trabalho. Mas as conversas foram tão instrutivas e agradáveis que não pude me ater a Lista do Luís Felipe Al Capone. Como não tive tempo para comentar, reservei para agora deixar meu escrito.

Novidades? Quase nenhuma, senão na defesa. Essa sim diferente da Era Mano, até por conta de desfalques, mas com leve pitada de Felipão (está aí algo que não vi em nenhum analista esportivo). Com exceção de David Luís, bem conhecido, me parece a ver jogadores mais cães de guarda, o que faltou entre volantes. Essa é a impressão que tive com Dante, seguro, habilidoso, bastante técnico e aparentemente mais disciplinado taticamente que o jogador dos Blues, já que David Luís gosta de fazer suas saídas pelo meio deixando a zaga aberta.

Com Júlio César, perdemos Diego Cavalieri, o que na minha opinião não é ruim. Júlio é mais experiente e tem saída de bola melhor que o guarda-metas tricolor. Por outro lado, temos outro Diego, o Alves, jovem e que pode vir a ser o nosso titular no pós-2014. Sinal de que Felipão está sim preocupado com a renovação da equipe ao longo dos anos, algo essencial no futebol moderno e disputado de hoje.

Minha tristeza está justamente naquilo que todos vão considerar vitória: o tal camisa 9. Fred é minha opção entre ele e o tricolor paulista Luís Fabiano. Mas eu gostei da seleção sem centroavante. Cada vez mais, esses jogadores fazem trabalhos oportunistas de levar ao gol uma bola perdida, protagonizando lances feios, como os gols de Guerrero no Mundial e outros tantos. Raramente vemos aqueles gols memoráveis. Prefiro um 10 a um 9. Mil vezes. Atacantes recuados, que sabem infiltrar-se, tendo opções pelos lados, fazendo tabelas... Mas, não posso deixar de dar méritos aos dois maiores centroavantes brasileiros.


Enfim, a Seleção perdeu suas novidades e a oportunidade de inovar. Mas ganhou uma equipe que tem tudo pra ser campeã.

domingo, 20 de janeiro de 2013

Zizao: Eu Vi!



Uma semana atrás talvez, disse à minha noiva: “não vou comentar o Paulistinha”. “Ah é”? “É... meu protesto”! Sim, um protesto. Contra esse calendário ridículo, contra esses estaduais modorrentos, contra a politicagem barata dos presidentes de federação... Eu tenho minhas razões. E penso que você entenda.

Aí, duas novidades: a primeira foi Zizao como titular (?!?!); a outra foi a tímida subida de audiência no meu blog. Baixinho que quer ter alguém que o ouça não pode escolher sobre o que falar.

Domingo, obviamente, fico na casa da sogra. Meu cunhado é são-paulino, meu sogro, palmeirense. O controle remoto, portanto, não estava à disposição e fui ao computador. Entre uma ou outra discussão sobre o noivado, um lance, uma piscadinha, qualquer brilho que tivesse no jogo me puxava. E eu vi o chinês:

Aos 13’ do 2º tempo, ele roubou a bola à esquerda, no meio campo, correu, deu o passe a Romarinho que lhe devolveu imediatamente, avançou em velocidade na mesma lateral esquerda em que outrora se encontrava perdido, escapou de um carrinho do adversário, encontrou a linha de fundo pedalando com o talento até então escondido, passou por mais um marcador e, com um goleiro a frente e outros três adversários no caminho deu a Giovani a última nota de sua sinfonia. Gol brasileiro. Pintura Chinesa!

Mas fora esse lance meu amigo... Que jogo modorrento!  Fora um ou outro lance de Edenílson (jogador fantástico, sabe marcar, avançar, armar...), o Corinthians foi o que eu esperava. Muitos passes errados e quando certos, pra que? E aqueles lances majestosos em que o jogador cai em cima da bola? Devo ter visto no mínimo uns três. Enfim...

Ah, Paulistinha... Pra que querer tanto palco pra tão pouco show?

sábado, 19 de janeiro de 2013

A (quase) eterna discussão do calendário

Há tempos que me debruço sobre o tema. O fato, meu amigo amante de futebol, é que não há cobertor para todos, ou se cobre os pés, ou a cabeça. De modo que não podemos agradar a todos, mas precisamos nos fazer a pergunta: a quem agradar? E, como?

A resposta é rápida não é? Ao torcedor! Como? Garantindo muitos jogos, mas sem dúvida, que eles sejam de alta qualidade, né?

Quando observamos o calendário europeu acreditamos piamente que lá está o futuro, e corremos o risco de crer que adota-lo é nossa única medida. Ora, se o fizéssemos, o que ia acotecer?

1 - Passaríamos o nosso querido e superquente Verão cheio de jogos, com viagens no campeonato brasileiro que só se equivalem aos torneios continentais na Europa. Será que seria desgastante para os atletas que afinal de contas fazem o espetáculo rolar?

2 - Não teríamos os tradicionalíssimos estaduais. Não penso que dessa maneira jogaríamos na lata do lixo os 22 títulos do Flamengo, nem os 26 do Corinthians. Por outro lado, sabemos que a memória do brasileiro é curta e logo os tradicionais clubes pequenos iam cair no esquecimento.

3 - A Libertadores (sonho dos grandes e pequenos) seria disputado ao fim do Nacional, com clubes desgastados por um intenso período de jogos. Talvez seja por isso a sensível queda de rendimento dos argentinos no continental?

Basicamente, sabemos que nós temos que diminuir o número de jogos. Não dá mais pra viver desse jeito e a gente sabe muito bem disso. Bom, então como diminuir?

Estaduais
Em 8 ou 9 datas no modelo de Thiago Arantes da ESPN (http://espn.estadao.com.br/blogs/thiagoarantes#1).

Ou, para que tanta enrolação? Em 5 ou 7 jogos: Oitavas (no Rio e em SP), Quartas e Semifinal em ida-e-volta e Final em jogo único. Simples assim.

Copa do Brasil

Com 80 clubes! Mas os 16 melhores do ranking da CBF, ou mesmo os 16 melhores da edição anterior, ou os 16 clubes que permaneceram na Série A da temporada passada, só entrariam na TERCEIRA fase de eliminação, com os outros 16 que sobrarem das duas primeiras fases.

Entendeu?

Brasileirão

Deixo para a próxima postagem.

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Por um Futebol Melhor

Antes de qualquer coisa, desejo a todos um feliz ano de 2013!

Número 13 lembrado por muitos como número místico. Para mim, um católico, também não se exclui seu simbolismo: Cristo e seus Doze. Ano da Fé, assim proclamado pelo Papa.

Para o futebol, o mesmo: 13 é o número dos fundadores do Clube dos 13. Associação dos clubes de futebol que durante muitos anos defendeu os interesses do futebol à revelia da decadente e dissimulada CBF, apesar de também (me refiro ao C13) cair em disputas de mercado um pouco suspeitas, e ter chegado à sua falência na última delas.

Enfim, é o ano que antecede à Copa do Mundo sediada aqui, nesta Terra de Papagaios, ou País das Maravilhas, como preferir. É, no entanto, com a expectativa do evento que nós olhamos FINALMENTE para o depois. O que teremos depois de 2014? Oras bolas, 2015!

E é com 15 que quero comentar, eu, um leigo blogueiro, o movimento por um futebol melhor (http://www.futebolmelhor.com.br./). Com vistas a 2015, o movimento foi anunciado ontem, dia 14, em parceira com 15 clubes brasileiros, número o qual será ampliado, mesmo porque se o mundo não acabou em 2012 não o será em 2015.

Acredito que boa parte dos objetivos do programa sejam alcançados em médio prazo. Entretanto, como destacou blogueiro da ESPN (com certeza não o mais otimista ), é necessário empenho dos clubes tupiniquins, para que o capital investido pelo movimento não se perca em gastos absurdamente improdutivos, quando não questionáveis ou invisíveis, e se frustre o pobre torcedor que, devidamente esperançoso, tirará suas mãos calejadas do bolso para fazer valer os projetos do seu clube.

Mal proveito do movimento que, a contraponto, creio que será cada vez menos visto, uma vez que, conforme o tempo passa, clubes de mal planejamento e gestão vão sendo massacrados pelos outros, devidamente organizados, com contas em dia.

O futuro, apesar dos pesares, parece promissor. O Brasil é como carro a álcool, demora pra esquentar mas anda, e anda bem. E o nosso futebol mesmo cheio de dificuldades tem um potencial imensurável.

Um bom 2013 para os 15 clubes que já ingressam no movimento e para os outros que ao decorrer do tempo nele vão ingressar.

Um bom 2013 pra nós, ávidos por um bom futebol que se apresente nessa Terra Brasilis!!