Faz alguns meses que profetizei: Corinthians e São Paulo será o maior clássico do país. Aos poucos, dava para perceber a queda de rendimento do Santos e o crescimento, pouco a pouco, da desenvoltura do Tricolor. Diante disso, um Corinthians que, fora o centenário sem ter nada, já tinha reconquistado seu lugar no panteão do times brasileiros.
Há boas diferenças entre ambos. Os corintianos ainda se orgulham de sua "maloca" que, na verdade, não existe. É uma torcida que diante de seu time não vê outro time. Sequer é capaz de dar nomes aos guerreiros que estão no gramado. Gritam pelo seu clube e por si mesmos. Exageram nas análises sempre eufóricas e, às vezes, obscurecidas por seu fanatismo.
Do outro lado. Os são-paulinos se orgulham de seus títulos e de seus ídolos. Não se cansam de nomear os astros que têm à mão. Acreditam sinceramente que torcem para o time a ser batido, mesmo quando seu histórico recente não confirme a tese. Exageram na idolatria de seus jogadores-símbolo, sendo injustos ao gritar o nome de um, e não do outro.
Para além de suas torcidas, a estrutura diz algo interessante. O Corinthians de hoje é o São Paulo de ontem. Hoje, é o Corinthians que detém um Centro de Treinamento de ponta, bons médicos que atraem astros de fora do país para se tratar com eles, um modelo de profissionalização para os outros brasileiros. O São Paulo deixou de ser o modelo. Juvenal Juvêncio começa a se assimilar a Vicente Matheus e a Alberto Dualib (os ditadores corintianos), quase onipresente do clube, mas onipotente sem dúvida. Entretanto, o clube hexacampeão brasileiro ainda pode nomear seus craques formados na base, algo que ainda falta ao campeão.
Enfim, hoje, o Tricolor tem seu ataque rápido, o Alvinegro tem sua defesa segura e sua cadência. Ontem, o melhor em campo perdeu por um detalhe. Ontem, o campeão mundial superou o sul-americano. Mas, ainda temos quatro outros duelos, garantidos.
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